sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

COMBINADOS PARA O NOVO ANO

                                  
             Chegou a hora de fazer as promessas que irão recuperar a nossa vida no ano vindouro. Há uma infinidade delas, tem para todos os gostos, mas será que vele a pena?
            A proposta que tenho não é para o próximo ano, é para agora. Não é para salvar a vida, mas para torna-la mais agradável. Não é pra você se comprometer e depois sofrer por não cumprir. É simplesmente para ler, refletir e tirar suas próprias conclusões.
            Antes de mais nada, quero relembrar algumas coisas. Você percebeu como este ano passou ligeiro? Nesta semana fui a uma loja de departamentos para comprar umas coisinhas e a jovem bonita e delicada que finalizava meu atendimento se despediu com um “ Feliz Natal”, ao que agradeci também com um sorriso dizendo que era muito cedo pra esse desejo, já que 2012 nem começou ainda. Ela de desculpou dizendo que está passando tudo tão depressa...
            E realmente a impressão que tenho é que o tempo é um rolo compressor, que os dias passam na velocidade de segundos é tanto para fazer e tão pouco tempo...
            Mas pare, respire fundo e pense em uma brincadeira lá da sua infância, lembre daqueles momentos felizes e agradáveis em que vivia mil aventuras. O dia não parecia mais longo? E a espera por alguma data então? Não levava uma eternidade?
            Pois é, o tempo do relógio na verdade continua o mesmo. O que mudou foi a sua maneira de ver a vida, ou melhor, de viver a vida. Você pode até estar aqui lendo este texto mas a cabeça está na ceia, nos convidados, na roupa que vai usar ou em um milhão de outras coisas. Essa é a diferença, você não vê o tempo passar porque simplesmente não está aqui.
            Então vamos fazer um combinado, que tal viver um dia de cada vez? Procurar prazer no que se está fazendo. Parar e observar o que há ao seu redor, olhar para si mesmo e com a alegria daquela criança que um dia você foi, aproveitar o dia.
            Isso consiste no exercício de estar presente em tudo, desde uma tarefa corriqueira até as mais complexas, é viver cada segundo com amor, alegria e gratidão por simplesmente estar vivo e poder aproveitar mais uma festa de reveillon junto da sua família e de todos aqueles que lhe querem bem.
            Vamos lá, tenha generosidade consigo mesmo e quem sabe se conseguir adotar essa prática o ano que vem não passe tão rápido. Boas Festas!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O QUE É O NATAL?

                                     
             Muitas pessoas esperam por essa data com uma feliz ansiedade, já para outras está relacionada a situações desagradáveis. Tem alguns que relacionam a lucro pela quantidade de vendas, uns tantos se sentem sozinhos e abandonados. Para cada um tem um significado, porém hoje comecei a me perguntar o que é o Natal, essa data “festiva” que acontece simultaneamente (respeitando o fuso horário), em todo o planeta. Qual é o seu real sentido, será que é uma questão religiosa? Creio que não, ela ocorre em países que não são cristãos. Será que é por conta do Papai Noel?
            Nenhuma explicação faz sentido pra mim, penso em mil e uma motivações para o Natal, porém nada me convence. Queria encontrar um significado universal, tal qual é a data. Mas infelizmente não há, é uma festa que fala de união e alegria. No entanto o que vejo são sacolas cheias de presentes e corações vazios. Gente reunindo forças para salvar o planeta e não chegando a acordo nenhum. Tiroteio, drogas, fome, enchentes, cachorros espancados até a morte, crise na economia...
            Me dói a cabeça e o coração, o que é o Natal?
            Vejo pela minha janela passarem catadores de papel procurando lixo pra vender, dentro do carrinho crianças maltrapilhas, sujas e famintas. Pessoas jovens se drogando. Carros e pedestres caminhando indiferentes. Vejo tudo e o vidro da janela não consegue me proteger desta dor. O que é Natal?
            O que me salva é a etimologia. Natal = que significa nascimento.
            Advento = Período de quatro semanas que antecedem o Natal, destinado a preparação espiritual e a purificação diante da espera do salvador.
            Sinto neste momento um amor imenso me envolver. Ainda presa a janela com o nariz encostado no vidro vejo um pequeno anjinho passando na rua. Nossos olhos se encontram e neutralizam a minha agonia, num tchauzinho e um sorriso essa pequena criança levada pelas mãos da mãe me mostra que o mundo ainda tem jeito e me dá o melhor presente de Natal: A Esperança!!!! Boas festas.

domingo, 13 de novembro de 2011

A CADA DIA UMA NOVA OPORTUNIDADE

                              
            
             Todos nós desejamos diariamente vencer todas as batalhas, ter razão em nossos pontos de vista, realizar ações com sucesso e ser aceito e bem tratado por todas as pessoas de nosso entorno.
            Quando alguém vem pedir a minha opinião sobre algum tema, mesmo antes de saber do que se trata, fico imaginado se devo responder o que realmente penso sobre aquilo ou a resposta que mais vai agradar a pessoa. Na maioria das vezes fico no caminho do meio, procuro opinar deixando claro que aquela é a minha maneira de ver o fato o que automaticamente não quer dizer que seja verdade ou a única forma de interpreta-lo .
            E quando vou em busca da opinião alheia em relação as minhas questões, procuro ter a mente aberta e tentar ver pela ótica daquela pessoa e como aquilo se aplica a situação que estou vivenciando.
            Ser imparcial é quase impossível quando vou opinar sobre algo, coloco ali naquele momento tudo que já pude vivenciar até agora e como reagiria de maneira coerente. Porém nem sempre isso faz sentido para o outro.
            Já cheguei a conclusão que a melhor resposta é a verdade amorosa e que mesmo essa algumas pessoas não conseguem te aceitar por dizer o que pensa. Dentro de cada um está a resposta correta para todas as suas indagações. Sei que tenho todas elas dentro de mim também, mas mesmo assim gosto de ouvir terceiros.
            Além de que, nada é definitivo. O sol da manhã trás sempre uma nova luz para os olhos que estiverem dispostos a ver. Não há motivos para se alarmar, não há pressa. Como diziam os mais antigos, é com o andar da carroça que as melancias se ajeitam.
            Cada pessoa que te fala alguma coisa, coloca ali um pedaço do seu coração. Não há necessidade de se ofender porque não ouviu a resposta que desejava. Faça das opiniões alheias uma colcha de retalhos e depois a ilumine com a luz da sua própria consciência. Só assim será possível aproveitar os que lhe fazem sentido e ignorar os que não lhe dizem nada. Só consegue respeitar e ser afável com os outros quem pratica isso consigo mesmo.   

sábado, 5 de novembro de 2011

POR UM MUNDO MELHOR

                              
             Gostaria de poder só no dia de hoje viver intensamente todos os segundos, olhar atenciosamente a tudo e todos que cruzarem meu caminho, me dar inteiramente a todas as atividades executadas. Viver situações de conflito e me angustiar com elas, mas apenas no curto espaço ao qual elas existirem.
            Percebo que tenho mais motivos para festejar do que lamentar, porém as dores parecem dominar a minha energia positiva. Acontecimentos já solucionados me rondam, devaneios me perseguem. Fico remoendo a resposta que deveria ter dado, a decisão que deveria ter tomado, as palavras que não precisavam ser ditas, os lugares onde jamais deveria ter ido...
            Houve uma época que passava dias mergulhada nesta nevoa de tristeza e desalento. Hoje já consigo me ver amorosamente em meio a desolação, consigo aceitar as minhas limitações e não digo que a tristeza rapidamente vai embora, mas ela nunca mais veio pra ficar.
            O segredo é a meditação, todos os dias acordo mais cedo e antes das tarefas do dia reservo um tempo precioso só pra mim. Ainda tenho problemas, situações frustrantes e desarmonias, mas estou mais feliz, me sinto em paz, meu sistema imunológico ficou mais resistente. Sinto que ainda tenho um caminho longo a percorrer, mas não tenho a necessidade de dar conta dele todo de uma vez só, já me contento com um passo de cada vez.

sábado, 29 de outubro de 2011

NÃO TE QUERO MAIS

                                       
             Ao longo da minha vida de mulher moderna e independente, trabalhando fora, estudando e com atividades sociais. Sempre necessitei de ajuda nos trabalhos domésticos.
            E já passaram pela minha casa dezenas de pessoas, algumas desistiram de mim... E outras dispensei. Quanto as que as me abandonaram...Bom, deixa pra lá, acho que nem quero saber o motivo. O que me consola é que não foram a maioria.
            Vou discorrer apenas sobre as que foram dispensadas. Já tive que cortar esse serviço até por contenção de gastos, por incompatibilidade de dia e horário, além de motivos mais específicos como: quebrar muitos objetos, machucar-se excessivamente, montar coleção de souvenirs com meus pertences, fazer tudo mal feito, ser faltosa e uma porção de outros atributos semelhantes.
            Então, fazendo uma lista de tudo isso comecei a olhar a situação por outro ângulo. Todos nós temos dificuldades. Há sempre momentos que, mesmo sem querer, a gente acaba pecando. Se fosse avaliada desta maneira, será que estaria a dezenove anos no mesmo emprego? Acho que não...
            Agora procuro ver o que essa pessoa fez de bom por mim e pela minha família, se percebo uma dificuldade fico imaginando como posso ajudar.
            Dependemos das relações humanas para sobreviver, não importa o quanto abonada ou habilidosa seja uma pessoa, ela vai precisar comprar e vender algo e quem vai estar na outra ponta desta relação é outro semelhante que também tem família, prioridades, sonhos, medos, vícios, talentos...
            Não se pode voltar atrás e modificar o passado, confesso até que não cultivo arrependimentos. Fiz o que era a melhor escolha na maturidade que dispunha naquele momento. Espero ter sido sutil, amável e generosa. Mas hoje, vejo as fraquezas de maneira mais humana e foram todas essas pessoas que me ensinaram isso.
            Sou grata pelos que me rodeiam e possibilitam esse tempo de sentar e escrever, agradeço também pelas toalhas macias, pela cama cheirosa, pelo banheiro organizado...
            E no meu trabalho procuro ser o mais impecável possível, não estou dizendo que sou, apenas que dou o melhor com amor e consideração a todos que contam comigo. E como uma última confissão a pessoa que está na minha casa agora, já faz um bom tempo e não deu sinais de querer ir embora.

sábado, 22 de outubro de 2011

CARTEIRA DE HABILITAÇÃO

                                                   
             Por um milhão de motivos que não valem a pena serem citados, aos 41 anos de idade, ainda não tenho a habilitação. Ou seja, querido marido me leve ali, me busque aqui, me encontre lá... Não tem táxi, o ônibus demora, as sacolas pesadas o filho pequeno (cinco anos), me fizeram tomar coragem de entrar em uma “Escola de Formação de Condutores”.
            Antes mesmo das aulas teóricas, já reprovei no primeiro teste que fiz. O de vista, era cegueta e nem sabia... A notícia é que vou ter que usar óculos. Bom... quem sabe assim consiga ver mais longe e resolver outras questões que me incomodam. Vou ficar com mais cara de intelectual, vai dar mais charme a minha profissão, professora. Na verdade, nada disso interessa, vou ter de usar e pronto.
            No primeiro dia de aula meu nome não estava na lista de alunos, fiquei lá e assisti a aula. Porém terei que repor. São vários dias de teoria obrigatória e até necessárias que precisam ser cumpridas a risca e isso é apenas o começo.
            Então, como me é peculiar, comecei a pensar. Quando você decide realmente que quer alguma coisa, que arregaça as mangas pra conseguir e na medida que vai avançando é primordial o surgimento de obstáculos.
            Adoro rodinhas com minhas amigas e em uma destas estava eu contando as aventuras e desventuras deste processo quando uma delas me disse: “Qual é o seu objetivo?” É ser bem tratada? É fazer check-up de saúde? Fazer novas amizades? Ampliar conhecimentos? Ou ter a habilitação?
            Levando isso para outras situações, como é fácil perder o foco! Pelo menos para mim. Sempre que me envolvo em uma atividade acontece um emaranhado de situações que me desviam, me desgastam e levo o triplo do tempo pra chegar lá.
            Tão mais simples é se deixar levar, me inscrevo, faço o que tem que ser feito e saio de lá habilitada. E os detalhes? Esses são apenas “detalhes” e se não der força e voz a eles. Os obstáculos não são os acontecimentos em si, mas a interpretação que faço deles.

domingo, 16 de outubro de 2011

DAR BOAS VINDAS A VIDA

                                      
             Ontem fui a um evento popularmente conhecido como “chá de bebê”. Umas das principais características deste, é que só é frequentado por mulheres com as suas crianças. E este não fugiu a regra. Haviam mulheres de várias idades, algumas já mães, outras na expectativa de ser e umas ainda que nem cogitavam o assunto.
            Mas todas elas ali unidas, dando risada, comendo, brincando... Reunidas com o objetivo de celebrar a vida que pulsava na enorme barriga da futura mãe, que era o centro das atenções. Cada uma traz um presente e junto com ele o desejo de felicidade, saúde, paz, prosperidade...
            Em cada roupinha, cada sapatinho, cada pacote de fraldas uma história pra contar de como foi consigo mesma, alguma coisa que leu ou ouviu em algum lugar.
            Essas mesmas mulheres ainda vão se reunir muitas vezes, para celebrar o nascimento, os aniversários, fazer passeios, pedir conselhos, partilhar experiências.
            Envolvidas nestas relações elas crescem, aprender a lidar com as dificuldades, se empatizam com seus pares que passam por situações similares e principalmente ensinam aquelas crianças que as rodeiam a serem seres sociais, a se comprometer com ideais de um grupo, a ter a sua individualidade preservada e respeitada, porque cada uma é única. Sempre tem alguma comida especial que uma delas gosta e é a única que sabe preparar, uma que não pode ser chamada pra “pagar mico”, porque não gosta de se expor, a que monta a decoração porque leva jeito com isso, a que carrega, que serve, que anima...
            Demorei muito para perceber a dinâmica destes eventos e confesso que boa parte da minha vida nem gostava de ir. Mas hoje além de querer participar, já consigo enxergar com uma nova ótica. É simplesmente uma maneira maravilhosa de celebrar a vida!!!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

FESTA DO PIJAMA

     
             É com muita satisfação e alegria que volto a rotina após um dia de folga, como é bom feriado na quarta, na terça eu tinha o desejo que fosse lei mais dois dias de recesso, mas hoje ao acordar pela manhã me sentia de maneira diferente.
            Neste feriado não fiz nada que me fosse chato, obrigatório ou que os outros julgassem necessário. Passei o dia todo de pijama. Meu querido e amado marido ficou indignado e as visitas me olhavam com estranheza.
            Não sei que interpretação é dada ao pijama durante o dia, talvez seja coisa de gente doente, preguiçosa ou infeliz. Pra mim pijama é símbolo de conforto e alegria, é uma celebração a vida.
            Já houve épocas em que fiz isso e o meu prazer incomodou, aquela sensação de culpa horrorosa de estar bem assim largada sem fazer nada e a sensação de tantas coisas deixadas de lado.
            Desta vez não, passei um dia maravilhoso e acordei revigorada.
            Viva a festa do pijama!

sábado, 8 de outubro de 2011

CANSEI DE LUTAR


             Hoje sinto uma necessidade gritante de levantar uma bandeira branca, estou cansada e sem forças para continuar. Não quero ter mais as respostas para tudo, não quero solucionar todos os problemas, não quero ter que conservar o sorriso de que está tudo bem, não quero ficar ouvindo as mesmas lamentações e repetir os mesmos conselhos, não quero interagir, ter sacadas inteligentes, desculpar grossuras, entender e relevar.
            Quero simplesmente me largar e ficar em paz, quero perder a noção do tempo em contemplação, preciso me sentir mais leve. Pelo menos hoje não quero ter nada para resolver ou decidir. Todas essas urgências que me aguardam podem ter uma pausa para descanso.
            Quero tomar muita água, comer quando tiver fome, dormir se tiver sono e fazer voto de silêncio.   

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

DESLOCANDO

                                    
             A sombra desliza silenciosa pela parede mofada do quarto, cortinas cerradas escondem o sol e o grosso vidro da janela não permite a entrada dos sons da primavera. Tudo aqui é desolação, o cheiro não o bom, a luz artificial é fraca. Na mobília o abandono é explicito.
            Neste mesmo lugar já houve tanta cor e alegria. Ninguém que passa pela rua consegue visualizar a casa tamanho o descaso com a vegetação que cresce de maneira exuberante, não há mais jardim nem canteiro e a varanda se misturou de tal forma que fica difícil definir onde começa. Com muito custo achei a porta de entrada e com os olhos ainda desacostumados ao escuro vou tateando a poeira e me guiando neste ambiente tão familiar.
            Lembro nitidamente do dia que fui e de como tudo era diferente, lembro de ter sentido o gosto de liberdade, agora olhando tudo que ficou não consigo me lembrar do que queria me libertar.
            Em pé e sozinha aqui novamente sinto um estranhamento, uma falta de reconhecimento, uma ausência de direção, a sensação de perder o foco, de me confundir, a necessidade de diluir as lembranças, de refazer os planos, de desculpar os enganos e seguir, simplesmente seguir.
            Não posso refazer o passado, mas vou resignificá-lo. Se essa morada não tiver conserto vou derrubar parede por parede e depois construir algo novo que possa abrigar todas as possibilidades que ainda me restam.

domingo, 25 de setembro de 2011

DESAPEGO

                      
             Hoje resolvi parar de lutar. Tem muitas coisas nesta vida que ficam remoendo na minha cabeça, por um tempo esqueço depois voltam como sombras, lembranças ou pesadelos. Decidi que chega, vou aceitar a vida como ela é.
            Isso me dá um grande alívio porque não preciso mais resolver situações do passado que me incomodam, não há necessidade de justificar cada calamidade que surge, os acontecimentos são o que são e mais nada, finalmente não preciso mais remar contra a correnteza.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

DESAFIOS

                                                                  
             A dúvida em si não é maléfica. Quem nunca ficou um tempo confuso antes de tomar uma decisão importante? O que assola a alma é o embotamento. A insistência em olhar para o passado na esperança de projetar o futuro. É ficar andando em círculos pensando em coisa nenhuma e indo a lugar nenhum.
            Em alguns momentos parece que os problemas nos tornam diferentes dos outros, de uma certa maneira especiais. Perdidos em queixas e lamentos e produzindo uma vitimização que prazerosamente coloca sob nossos pés o patamar de coitadinhos. Por medo ou solidão esse posição se torna cômoda, ou uma maneira segura de receber atenção.
            Há dentro de nós algo muito maior que isso, algo libertador, algo que descobri a bem pouco tempo mas que tem feito uma grande diferença na minha vida. Descobri que a felicidade permeia cada minuto do nosso dia, nem é felicidade é uma paz, nem é paz é harmonia. Não tem palavras para descrever, o que sei é que é bom demais.
            Esse é o meu desafio, me manter neste estado permanentemente.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

GENEROSIDADE

         
O aprendizado da generosidade começa na família, é lá dividindo um tequinho do lanche, partilhando um brinquedo, repassando roupas e calçados que não servem mais que se aprende a dar e também receber. Que se aprende a valorizar os pequenos gestos que trazem conforto e alegria para o coração.
           Esse caminho feito passo a passo produz um equilíbrio para sustentar os conflitos durante a vida, para dizimar a avareza e erradica a pobreza espiritual fonte de depressões e crises lamentáveis. O material perde a importância e a vida ganha brilho.
           Uma educação emocional e espiritual trazem mais prosperidade e sentido a vida. As decisões devem ser pautadas no amor incondicional e generoso.


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

          
   Quando algo nos aflige terrivelmente a única maneira de resolver é usar a força do medo para se libertar, pensamentos de medo e destuição não podem atrair nada de bom.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

MUDANÇAS INESPERADAS

             Acho que todos já passaram por isso, você está ali no maior sossego, com a vida toda organizada e caminhando. Vem um acontecimento e muda tudo e olha que em algumas situações nem inesperado é, sabe que as coisas vão mudar e fica ali a espera de um milagre até o último minuto e ainda se surpreende quando o fato ocorre.
            A primeira reação com certeza é o desespero, se sentir em abandono da própria sorte, ter muito medo do que está por vir e nestes momentos tamanha é a agitação que pedir conselhos a voz interior parece coisa de gente sem noção.
            O caos não permanece para sempre, toda água por mais revolta, um dia pára e senta a poeira, então por que não entrar no ritmo e estabelecer o equilíbrio o mais rápido possível?
            Lembro de mim mesma em outras fases de vida, como tudo me afligia enormemente e recordo com pesar que sofria muito mais que o necessário. Hoje já aprendi a confiar na vida, sei que tudo que acontece é para o meu bem e que por mais difícil que seja um dia vai passar.
            O segredo é continuar realizando tudo que for preciso com amor, não me perco mais em lamentações. Gasto essa energia em busca de soluções e partir do momento que comecei a agir assim, o mundo passou a conspirar a meu favor.

sábado, 10 de setembro de 2011

FELICIDADE

            
             Todo final de dia, enquanto a gente dorme, nosso inconsciente faz um balanço de tudo que passou enquanto acordados. Onde fomos, o que sentimos, o que fizemos, vimos e ouvimos. E guarda parte disto como aprendizado para ser usado quando acordado.
            Seria importante se conscientemente pudéssemos fazer essa organização. Avaliar nossas atitudes e reações e descartar aquilo que não serve mais. Cada dia que nasce é um mundo de infinitas possibilidades para aprender mais, ensinar mais e viver melhor.
            Devemos fazer isso principalmente quando nos sentimos infelizes ou mesmo inquietos. É preciso agradecer o que temos de bom e fazer por merecer ter mais. Certas mudanças acontecem independentes de nossa vontade, mas em quantas situações é possível melhorar voluntariamente?
            A vida segue pelos ciclos das estações, calma e amorosamente tentando nos ensinar lições para viver melhor, basta olhar a árvore que se pela no outono e se enche de beleza na primavera. Tudo é cíclico, o que se faz necessário é o equilíbrio para viver bem todas as estações.
            Hoje me aconteceram fatos desagradáveis e dolorosos, mas foram só hoje. Não há necessidade de leva-los comigo durante semanas. Hoje me aconteceram situações de prazer e alegria, então vou comemora-las agora e não deixar passar despercebidas como flores coloridas a beira do caminho em que tudo mundo passa e ninguém vê.
            Se conseguimos fazer isso, viver um dia de cada vez. Com um pouco de sensibilidade talvez perceba que a verdadeira felicidade está contida em frascos muito pequenos, tais como os de perfume caro, mas que são borrifadas sobre nós todos os dias.

sábado, 27 de agosto de 2011

DELÍRIO URBANO

            
             É sexta-feira e a praça de alimentação do shopping está repleta, as pessoas bebem e conversam animadamente, embora não dê para captar detalhadamente o conteúdo de alguma conversa e possível ouvir gargalhadas e palavras soltas.
            As formas, cabelos e até os perfumes refletem as tendências da moda, tudo parece tão alegre, as luzes, as cores.
            Ana Maria faz uma consulta rápida no seu visual, os sapatos da última coleção, a bolsa de marca, as roupas que ainda não pagou e a maquiagem está tudo perfeito. As unhas, puxa essa cor não é a ideal, por baixo da meia calça a depilação também pede atenção, suspira e se sente um lixo.
            Começa a olhar detidamente as mulheres que estão nas outros mesas, parecem tão bem sucedidas, dentes brilhantes com sorriso impecável. Lembra que também precisa ir ao dentista, começa a reparar que tem bolsas mais caras que a sua, os calçados é bom nem olhar. É invadida por uma sensação de inadequação. Em um instante toda aquela alegria começa a oprimir e sufocar.
            Chega de olhar as mulheres! Vamos olhar os homens, os tipos físicos variam, assim como das mulheres. As vestimentas e os cortes de cabelo se assemelham, conversam sobre os mesmo assuntos, dão sempre as mesmas cantadas e na maioria das vezes nem cantam, ficam ali com um sorriso no rosto e o copo na mão. Na verdade eles até que são bonitos, pele bem cuidada, cabelos hidratados, unhas feitas. Grandes ambições, celular top de linha e vão para casa de ônibus.
            Neste momento Ana Maria tem vontade de gritar, de jogar para o alto os sapatos que lhe machucam os pés, a roupa que comprimem seu abdômen, queria poder rir de verdade, rir de dentro pra fora. Comer um montão de chocolate e não ouvir todo aquele burburinho. Não ter que rir das piadas que nem entende, mas todo mundo está rindo. Não ter que ir a filmes que nem gosta, mas que tudo mundo está assistindo.
            Em um impulso se levanta e pega a bolsa pronta para ir embora, quando é surpreendida por mãos que tocam seus ombros, seus colegas de trabalho vão se chegando, trocam cumprimentos e vão ocupando todos os lugares da mesa. O assunto já está estabelecido, cada um solta um comentário, vão chegando as bebidas.
            Anestesiada, Ana Maria se esquece das divagações anteriores, ouve, comenta e ri, enturmada parece tão feliz, não se sente sozinha e tudo parece fazer sentido novamente.
             Passa por eles uma mulher obesa, suas roupas descombinam cores, os adornos mais parecem alegorias, todos olham aquele ser estranho, tão sem noção. Umas das pessoas balança a cabeça em sinal de desaprovação e todos repetem o mesmo gesto. Ana Maria se sente integrada, aceita, amada, protegida e fazendo parte do grupo e assim segue a vida.   

terça-feira, 23 de agosto de 2011

CAMPONESA

             Pela fresta da janela entra um arzinho gélido, todas as superfícies estão frias e da boca sai aquela fumacinha, além do frio há também a chuva insistente que cai fora torrencialmente e em generosas gotas por algumas partes do cômodo.
            Sobre a mesa a massa de pão inerte que se nega a crescer, as mãos sujas de farinha tentam colocar um cacho teimoso atrás da orelha, no berço uma criança dorme e pelo chão silenciosamente brincam mais duas.
            O velho relógio da parede não funciona mais, pela escuridão que cai dá pra saber que já é tarde. A janta está encaminhada no fogão a lenha, a roupa suja não dá pra lavar por conta da chuva.
            Isabel está em um momento raro, não há nada para fazer. Isso é bom porque ela pode descansar, isso é ruim porque ela começa a pensar. Em uma espreguiçada estica as costas e os braços doloridos e pela cabeça pipocam as lembranças de menina. Lembra dos campos de milho onde corria sem se importar com os leves cortes que as folhas lhe faziam nos braços, dos banhos demorados no rio, da cachorrinha que dormia a seus pés.
            Realmente Isabel nunca esperou nada da vida, ia simplesmente vivendo um dia de cada vez. De repente cresceu, seu coração disparou com um moço bonito que viu na festa da igreja e ele falou com seu pai e lá foi ela embora com ele na carroça junto com a colheita de melancias. Foi um verão tão bonito, tão quente...
            O moço bonito era também amável, lhe trazia mudas de flores e doces quando voltava da cidade, mas falava pouco, quase nada, apenas o necessário.
            Então vieram os filhos, um após o outro. O doutor disse que havia uma maneira de não ter mais, o moço bonito não quis nem ouvir: “filho é coisa de Deus, se ele manda a gente cria!”. Os filhos também eram bonitos, macios e alegres.
            Mas nestes momentos que Isabel parava, parecia se dar conta de um enorme vazio que dentro dela existia. Ela era a esposa do moço bonito, a mãe de três lindas crianças, a filha dedicada que ajudava os pais velhos e doentes, a beata de oração fervorosa na igreja, a dona de casa zelosa, porque tudo que dependia dela estava sempre na mais perfeita ordem, não havia nada fora do lugar.
            Tirando todos esse personagens, quem era Isabel? Nem ela mesmo sabia dizer. Continuava vivendo um dia de cada vez, sem medo do futuro e nem arrependimento pelo passado. Sendo levada como uma folha seca e sem vida pela correnteza.